Escrevo esta carta — parte 3
Por favor senhor, tenha piedade. A carta do ano passado é impublicável, uma abertura a pensamentos que algum dia serão públicos. Por enquanto mantenho na minha cabeça e nos meus arquivos (sumam daqui hackers).
Ao digitar estas palavras, faço com um sorriso no rosto. Com uma expectativa futura trago boas novas: eu me amo. E como tem sido bom reconhecer este carinho por mim mesmo, algo perdido e roubado nos anos passados. Finalmente me encontro no afago do meu próprio abraço.
O mais apertado e caloroso de todos, um carinho que só eu sei oferecer. E diante desse aconchego pessoal vejo grandes coisas que isso me trouxe. Se eu puder ser incrível comigo mesmo, vocês leitores, terão o privilégio de sentir o que devo sentir todos os dias. Estar ao meu lado é a melhor sensação do mundo.
Perambulei por mares escuros que nem o mais profundo kraken sonha em habitar, hoje vejo a Luz do Mundo e me encontro na praia mais calorosa de todas. O amor eterno que transcende barreiras emocionais que fui colocando durante os anos. Dou graças a esta misericórdia infinita.
Levanto meus braços aos céus e a força do meu sorriso atravessa o mundo, encontrando alegrias diante dos males psicológicos da minha mente. Hoje encaro minha tristeza com óculos de proteção e enfrento as ansiedades com uma facilidade atlética. Afinal, treino pra isso né?!
Dois mil e vinte um, a desgraça veio, trocamos socos e chutes, rolamos a ladeira com suor e sangue e cá estamos. Abraçados e comemorando minha sobrevivência. Hoje, quem comemora sou eu. Fortalecido e preparado para as futuras dores. Dois mil e vinte dois, pode vir que eu tô pronto.
Com início em 2019, criei uma tradição de escrever uma carta todo fim de ano. Deu certo, deu ruim e deu bom. Estou feliz com essa ideia e pretendo seguir até o fim de minha vida.
Se você quiser ler as outras, estão aqui:
Escrevo esta carta — Parte 2 (não tem link porque não publiquei, um dia quem sabe)