Escrevo esta carta — parte 3

Gabriel Schulz
2 min readDec 31, 2021

Por favor senhor, tenha piedade. A carta do ano passado é impublicável, uma abertura a pensamentos que algum dia serão públicos. Por enquanto mantenho na minha cabeça e nos meus arquivos (sumam daqui hackers).

Ao digitar estas palavras, faço com um sorriso no rosto. Com uma expectativa futura trago boas novas: eu me amo. E como tem sido bom reconhecer este carinho por mim mesmo, algo perdido e roubado nos anos passados. Finalmente me encontro no afago do meu próprio abraço.

O mais apertado e caloroso de todos, um carinho que só eu sei oferecer. E diante desse aconchego pessoal vejo grandes coisas que isso me trouxe. Se eu puder ser incrível comigo mesmo, vocês leitores, terão o privilégio de sentir o que devo sentir todos os dias. Estar ao meu lado é a melhor sensação do mundo.

Perambulei por mares escuros que nem o mais profundo kraken sonha em habitar, hoje vejo a Luz do Mundo e me encontro na praia mais calorosa de todas. O amor eterno que transcende barreiras emocionais que fui colocando durante os anos. Dou graças a esta misericórdia infinita.

Levanto meus braços aos céus e a força do meu sorriso atravessa o mundo, encontrando alegrias diante dos males psicológicos da minha mente. Hoje encaro minha tristeza com óculos de proteção e enfrento as ansiedades com uma facilidade atlética. Afinal, treino pra isso né?!

Dois mil e vinte um, a desgraça veio, trocamos socos e chutes, rolamos a ladeira com suor e sangue e cá estamos. Abraçados e comemorando minha sobrevivência. Hoje, quem comemora sou eu. Fortalecido e preparado para as futuras dores. Dois mil e vinte dois, pode vir que eu tô pronto.

Photo by Nemesia Production on Unsplash

Com início em 2019, criei uma tradição de escrever uma carta todo fim de ano. Deu certo, deu ruim e deu bom. Estou feliz com essa ideia e pretendo seguir até o fim de minha vida.

Se você quiser ler as outras, estão aqui:

Escrevo esta carta — Parte 1

Escrevo esta carta — Parte 2 (não tem link porque não publiquei, um dia quem sabe)

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